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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Iscariote, O Deus Insolente


Um dos grandes vilões da saga de Mind, o meu alter-ego.
Iscariote
foi o Deus idealizado e desenhado pelo ditador Phillix e os seus sacerdotes auxiliares, que foi transportado para a realidade e selado num cofre sagrado. O seu corpo assumiu a forma de grandes sementes de sésamo que, ao serem consumidas com dever sagrado, transformam os seus consumidores em máquinas desalmadas do desenho ao serviço do regime iluminista e ditatorial. Este insolente e tirano pássaro divinizado, com penas de prata, juba e caninos satânicos de Leão é visto com grande medo pelo povo oprimido, o seu olhar além de abalar a integridade e equilíbrio de quem rodeia é o olhar cânone e renascentista, o olhar necessário para o perfeito e ideal desenho (conceito que na realidade não existe se adicionarmos conceitos de desvario e imaginação).
Iscariote é então um Deus que recebe o refúgio do povo, assumindo-se como o seu ópio, mas que na verdade acaba por representar um Deus da decadência, apelando ao conformismo, à passividade e à imponência das figuras de autoridade que tem a validade total vinda deste Deus. Iscariote é um aliado de Phillix e Pierre, os dois ditadores pai e filho que recebem apoio divino de uma personagem que eles próprios arquitecturaram! Mas estes dois, não se apercebem que também estão a ser manipulados como autênticas marionetas por esta criatura de dimensões grotescas, que progressivamente absorve o seu imperialismo.
Iscariote será enfrentado e toda esta religião manipuladora, desonesta que arrasta rebanhos conhecerá ruinas bem merecidas!



domingo, 27 de junho de 2010

"Intro-Espectro" fanzine















Dimensão espectral refere-se o introspectivo espectro, o interior oceânico banhado na polaridade de pulsões freudianas. Ardes vinga-se dos seres decadentes humanos, desalmados tal como ele. A carnificina impulsiva é perda de tempo, sensações de êxtase natural era realmente o que estava em vigor, Ardes será salvo pela "Xerazade" inicialmente duvidosa e androgina que lhe irá revelar a dolorosa verdade acerca da sua necrópole. As dimensões oceânicas resumem-se a puras e simples idealizações, flutuações desejadas e incorrespondidas, o corvo irá dilatar as minhas retinas e fazer o lobo nascer em mim, a pura e simples falta de conformismo.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ardes e a Necrópole Intestinal



Sobre savanas infindáveis que ardiam sob a fúria do imponente Leão Ardes, os leitos da carnificina estendiam-se sobre as ervas como um sumo extraído do alívio. Alívio este que se sentia no despir de seres que foram anulados pela sua própria corrupção e sujidade mental, seres estes tornados irracionais que durante milénios tiveram a arrogância de assumir o seu lugar numa falsa e indisciplinada civilização. A sua superioridade deu lugar a seres errantes, desorientados e ruidosos que nenhum animal na sua devida animalidade conseguiria suportar.
Desta forma, Ardes e a sua imponente armadura negra decorada com grossas e pontiagudas agulhas assombravam estes minúsculos e insignificantes seres que mais tarde ou mais cedo, acabariam por ser contemplados por sinistras mandíbulas.
Não existiam eufemismos possíveis para caracterizar a ira deste Leão, hipérboles seriam mais apropriadas na descrição detalhada de um animal como este, com o seu pêlo, juba pálida e olheiras que pareciam escavar-se nos seus próprios olhos.
Mas seria este leão passivo a uma silhueta feminina humana e mais que tudo, enganadora? Todo o humano era alvo perante os olhos da fome desequilibrada deste colosso. Sendo assim, Ardes impôs as suas atrocidades perante esta silhueta elegante de mulher, cujos olhos mergulhados numa espécie de orvalho marinho não serviram para motivar a piedade deste grotesco ser.
Saboreando ele os seus habituais e magnânimos bifes de uma suposta vitória mais do que somada, os frágeis lábios da rapariga ainda se moviam em sua elegância, recusando o seu estado de invalidez física perante o ataque.
O leão travou os seus sedentos apetites para ouvir o discurso da rapariga, as palavras iriam pesar...principalmente no interior digestivo deste Leão:

" Este extermínio foi edificar uma extensa necrópole que não conheceu sabores ou essências, conheceu restos, conheceu puras e simples lixeiras..."

Ardes, ao dissolver os seus olhares sobre os orvalhos marítimos dos olhos dela, a sua consciência pesou e este engoliu-se a si próprio. E assim conheceu o seu armazém necrológico, as catacumbas sucessivas dentro do seu intestino. No tecto podia observar as suas próprias vilosidades como uma espécie de ornamento arquitectónico e as paredes eram a acumulação de túmulos ao longo de uma dieta repetitiva. O problema não estava na quantidade de vítimas armazenadas, a grande problemática estava na guerra que ele tinha instalado no seu interior, parecia ser quase infindável. Mas a partir do momento que ele conheceu o rosto desta bela rapariga no seu colo, admitiu uma espécie de animalidade que afinal existia no interior das suas aurículas e ventrículos. Desta forma, Ardes deitou os seus dois dedos grossos sobre a sua língua grossa e carnuda, vomitando em glória os restos da rapariga que secaram sobre a sua pele e lhe reconstituíram a monumentalidade bela da sua silhueta. E lentamente as suas feições de rapariga começavam a desaparecer do seu rosto, um vasto terreno de pêlos crescia elegantemente por todo o seu corpo assumindo-se como uma loba cujos olhos eram pêndulos solares. A animalidade de Ardes esteve no acto de admitir que tal ser merecia ser armazenado em crepúsculos extensos e territoriais. A loba gozou a decadência dos humanos, ou seja, a sua inexistência e a sua passividade foi um prazer de carne e alma, passividade esta que não é de maneira nenhuma condenável. Religiosidade anulada e inútil, o natural atingira o pleno apogeu, agora só bastava contemplar.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ioneri e focinhos da perfeição


Ioneri de Fantisarius, os animais de boa vontade em vida feliz te rodearam
As máscaras e os suores da agonia viviam no eclipse, num metafísico mais do que destruido
As ruinas dessa dimensão eram doce seiva que corria nas veias qualquer ser são/insano
Nos narizes destes seres dançantes em constante festa corriam os poderosos fluídos do natural
Cujo olfacto dos desalmados não conseguia captar de maneira nenhuma
Não havia necessidade de berrar a catarse em qualquer canto desse teu mundo
Ao contrário do dito paraíso mesquinho e falsamente modernista dos mascarados
O seu molde é corrompido por uma enorme cartilagem do mal e os seus intestinos dilatam à flor da pele
Formando as faces mais tenebristas que alguma vez esta dimensão não conheceu
O pensamento de maior consolo era o pensamento de uma humanidade inexistente
Aqueles que constantemente procuravam em construir os seus picos dentro da estratosfera
Ioneri, infelizmente, no meio dessa dança, os teus pés derretiam-se como uma manteiga feliz e drogada
E a ira dos mascarados consumiu-te inocentemente, tu caíste em flagrante na armadilha deles
O teu corpo aprisionado lembra-me um mensageiro sem interpretação possível
Que acabou com espinhos cranianos e pregos a desabrochar da palma das suas mãos
Interpretado pelo rebanho dos imbecis e das bestas, enfim, os mascarados
As tuas correntes, as fissuras, as agulhas de marfim que crescem e crescem sobre a tua cabeça
Mas não há que ter preocupação
Foram os mascarados que construíram a caverna e todas as cavernas acabam por receber luz
E suor!
Suor sim, o suor que irá ser derramado e que irá libertar-te dessas correntes imbecis
Que não conhecem um metafísico decente
Deixarás de ser Infernitus
Voltarás ao estado Fantisarius
Porque o apocalipse não existe no lugar onde sempre te encontraste inserido
Não existe a mentira religiosa para te consolar, mentira que venda os olhos dos mascarados, que os impede de respirar as essências
Eles não sabem que esse ser "Sued" está mais que morto e que o diabo está de olho sobre eles
Aliás, tu tens o teu pico e deves continuar pousado sobre ele, como todos os seres felizes que te rodeiam
E que dançam e cantam, com os pés e garganta amanteigados
Que se lambem como cães, os amantes incondicionais
Mal conheças o suor daquela que te toca, tu sairás da caverna e voltarás ao teu metafísico mais que físico
A isso eu chamo a derradeira libertação para a condição do digno que tu mereces!

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

O Natural e o Metafísico







Proposta 2 para a cadeira de Introdução aos Meios Digitais

Trabalho baseado no retratar da natureza de uma forma geral e a forma como ela se pode identificar com a natureza humana, havendo a presença vincada da identificação do homem com a vida animal, como um ser entre eles e não um dono superior:

“Estas sociedades primitivas têm seguramente muito mais respeito pelos seres vivos do que o homem ocidental; elas têm a sensação de que o ser humano não é de todo o dono dos seres vivos, mas apenas um ser entre outros.”

Jean Dubuffet - “AntiCultural Positions” (1979)

1ª imagem:A chuva e a forma como este fenómeno pode representar a protecção de um ser maior ou até uma dependência ou relação paternal e o instinto de proteger, revelando a nossa constante necessidade de nos sentirmos abrigados, ou seja, de encontrarmos a plenitude e de sentir a ausência de ameaça.

2ª imagem: O complexo de Édipo segundo um carácter animalesco, sendo uma imagem inspirada no filme "Teorema" de Pier Paolo Pasollini (1922-1975). A cria amamenta-se num local que não é destinado para esse fim, representando a adoração oceânica por um ser superior a nós, o acto de amar que nos leva a considerar divino aquilo que realmente não é - aquilo que nos leva a viver na descontinuidade. Ao mesmo tempo também nos remete para a ausência de cultura e para o relacionamento biológico, pois também o conceito suscita em si uma ideia de incesto entre a cria e o progenitor

3ª imagem: Baseada nos "Anticultural positions" de Jean Dubuffet, salienta o homem primitivo como um grande respeitador do ser vivo. Desta forma, vemos um indivíduo que afirma a sua união incondicional à natureza e aos animais, de maneira que partilha o seu corpo e organismo com um cão cuja cabeça se encontra adossada ao seu peito, ou sendo mais especifico, a zona onde se encontra o seu coração.
O rapaz diz: “Dude, these Jean Dubuffet stuff really got into me you know...what do you think?”
- pergunta ele ao cão que vive consigo agarrado ao seu peito

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

The moment I´ve crossed those green rivers

Mind Elvenpath´s journal (December):

The day I smelt beautiful rivers, I felt carnal gardens growing inside my nose. It was a random feeling that was growing on me, no scientist or positivist had the capacity to explain these. I wanted to meet the feathers that rained from the women´s body, and meet these tasteful and dreamful twilights. But to fulfill this will, I needed to suspend the disbelief that was the glue that was stuck on my feet. Fuck, I need to get rid of this thing! As my hands were crawling over my sketch book, I was feeling and reaching a progressive dimension that my eyes couldn´t believe. From the moment I saw these faces, I knew that there was gonna be a permanent mark on my soul. Those were the green rivers, the two deepest rivers that ran inside this heart of mine. But were those rivers real? Do I have the dignity to swim on them or to feel intensely their smell. It´s a shitty question that eats my mind, and it can be weird too. I have to discover which way my river runs, follow and risk ourselves in different types of path. Its 3 am and I´m writting here feeling the moon enlightning my head, has I´m feeling my favorite song, the song of the ravens (sweet like a band of Black Metal waking up my mind).



Mind Sullivan Elvenpath

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Circle of Life - Do not avoid!


É inevitável meus caros, habituem-se à ideia. Não podemos evitar estes percursos labirinticos!
Este trabalho foi para a cadeira de IMD (Introdução aos Meios Digitais), o objectivo da proposta era a reinterpretação da obra de um artista através dos diversos softwares de edição de imagem. A obra aqui reinterpretada é de Dorothea Tanning "O Aniversário" de 1942, onde podemos ver uma mulher de seios descobertos com uma natureza incompreensivel, perdida naquele espaço bizarro onde divisões vazias se sucedem para uma certeza inexprimivel.

Mas neste caso acabei por romper um bocado o vazio presente nessa obra, já que a obra foi reinterpretada à base de ilustração e desenhos que foram editados em Ilustrator e Photoshop. Os corredores estão preenchidos com personagens simbólicas, cada um representando uma ideia especifica e a mulher está isolada num canto, preparando-se psicologicamente para os desafios que terá que enfrentar quando pôr pé naqueles corredores, alegorias de vida inevitáveis. Mas por um lado, a sua expressão é ambigua, já que ela respira receio e insegurança e por outro lado bravura. As velas são as chamas do ego e as mandibulas que se abrem nos seus seios são simbolos de coragem, perseverança e imponência. Nas divisões e na entrada dos próximos niveis, (imaginemos a vida como um jogo de GameBoy onde há diferentes niveis, cada um com um diferente grau de dificuldade e diferentes obstáculos, monstros ranhosos em que às vezes, primeiro que "batam a bota" é fodido) vemos diferentes personagens correspondentes a diferentes obstáculos: o rapaz azul amordaçado e nu refere-se à tentação sexual, as mulheres demoniacas grávidas de um feto morto representam a morte e a orfandade, e os bonecos voodoo que cospem um carangueijo esfaqueado significam a doença e a derrota perante ela. Ainda podemos verificar uma personagem um pouco "random" no meio desta composição, obviamente que é Siren Nightingale que nos dá a sensação de ser um espreitador indiscreto (simplesmente recorri a ele já que me faltavam alguns elementos para preencher a cena e impor maior tensão, neste caso, o seu sorriso pode significar a perversão). Vejamos, temos que ter estômago todos nós para termos que enfrentar estas divisões, devem-nos crescer velas no peito e levantarmo-nos seja qual for a rasteira que nos venham a pregar.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Caress to the Jailbird



Ioneri de Infernitus é a alma encarcerada, as agonias concentradas num só ser, uma prisão espiritual cuja chave para a libertação é o segregar de suores por prazer. Neste caso, o prazer carnal. Assim, Ioneri irá libertar-se das trevas e dirigir-se para a luz e esquecerá o conceito de dor.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A demência da raposa Sebastyann


É uma personagem recente. Quis exprimir simplesmente o desprezo e ódio a todos aqueles que se dedicam ao sacrifício de animais para o tráfico de peles. Que tal nos colocarmos no lugar do outro, se fossem os animais dotados de racionalidade e se nós humanos fôssemos seres indefesos e instintivos? Sebastyann é acreditado como um animal caracterizado por uma anomalia psíquica desconhecida e nunca estudada pelos humanos, onde o ser irracional revela uma enorme capacidade intelectual, tendo aptidão suficiente para ser dotado de um quoficiente de inteligência. Mesmo sendo racional, a raposa Sebastyann não tolera nem tenta compreender as filosofias e os cânones da natureza humana, guardando rancor e ódio aos humanos. Desta forma, Sebastyann quer destruir o futuro da humanidade, retirar a racionalidade aos humanos e ao seu império e trazer a hegemonia ao reino animal.

domingo, 24 de maio de 2009

Gently - Exercício de Montagem



Supostamente é um exercício de montagem segundo as teorias de Eisenstein para Imagem e Som A, nem sei se resulta mas enfim, arrisco! O conceito tem a ver com o processo criativo e a forma como eles nos solta da realidade e de certos constrangimentos. A curta está relacionada com um trabalho anterior, o do corpo do artista e foi uma forma de eu desenvolver este trabalho.
E ainda por cima estava num autêntico défice de ideias, mas...randomly random,veio esta ideia à cabeça.
Mas acabei por fazer mais uma montagem surrealista do que soviética (FAIL). O que me valeu foi mesmo a ideia, senão ... whatever, também quis fazer o trabalho para mim próprio e com gozo e não dirigi-lo somente à disciplina senão seria uma seca!

sábado, 23 de maio de 2009

O Soltar da máscara e as "Catharsis" sucessivas



São catarses expressas de uma forma pragmática
Sem serem explicitas ou directas
Projectos que destroem as mágoas
Intolerância perante o não utópico
Vocês nunca conhecerão!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Safira Mirror Elvenpath "The Whore of Rationals" (1960-1987)


Safira Mirror, uma personagem imaginada por mim muito recentemente, com um conceito em construção. Mas posso já falar um pouco de toda história. Ela é uma mulher com cabeça de Loba e corpo humano que fazia qualquer homem segregar oceanos salivares. Tem a imponente alcunha de "The Whore of Rationals", pois o seu envolvimento sexual com outros homens faz com que eles abdiquem da racionalidade e se tornem retardados, retirando-lhes a caracteristica que distingue todos os seres humanos. E desta forma, ela concede as capacidades que ela própria absorveu para outros animais, tornando-os racionais. E desta forma, há uma necessidade de vingança por detrás desta personagem. Safira nasceu num dia 8 de Março de 1960, resultante de um relacionamento amoroso de zoofilia entre a Loba Chrystall e Hitzaix Mordanto Elvenpath, irmão mais novo de Lorde Midian Elvenpath. O pai Hitzaix, tinha o vício de esculpir Lobos em todo o tipo de materiais e o seu suor quando entrava em contacto com a escultura, transformava-a em carne e osso e concedia racionalidade ao ser. Quando foi descoberto o seu relacionamento com a Loba Chrystall, Hitzaix foi condenado à morte. Hitzaix morre num dia 20 de Junho de 1966 com apenas 26 anos.
Chrystall ficou encarregue da educação de Safira, mas a Loba não conseguiu impedir o crescimento de uma grande revolta na sua filha. Revolta pela morte do pai, pelo constragir dos seus sentimentos e sua expressão e a repugna que a humanidade lhe suscita. Ano de 1978, Safira completa 18 anos e a chama da revolta permanece cada vez mais acesa. A adolescência foi uma fase dura para Safira, com as tipicas dúvidas e dificuldades que caracterizam esta fase. Entretanto, a rapariga decide embarcar num projecto de eliminação racional de seres humanos, juntamente com outras Lobas humanas. Este projecto consistiu na sedução de homens com libidos sedentos para um bordel, onde usando elas as suas capacidades de eliminação racional, tornam-lhes meros seres dementes e retardados. Safira absorve as capacidades de individuos com que se envolve sexualmente para conceder depois, a racionalidade a outros seres, tendo um inabalável desejo e fé em derrotar a humanidade e atribuir a dominância inquestionável ao reino animal. A saliva derramada da Loba congelava o funcionamento de algumas sinapses e desta forma, o seu tacto e paladar absorvia as capacidades do parceiro. Todo este projecto resultou da fúria originada pela condenação injusta e morte do seu pai. E foram anos seguidos, que aquele bordel foi frequentado por indivíduos que se acabaram por desgraçar, pois nenhum deles aguentava ficar passivo perante aqueles corpos femininos e animalescos. Safira, ao longo de nove anos, trabalhou na sedução e foi acumulando imensa informação dos humanos que parte dela permaneceu armazenada ainda por depositar, sobrecarregando o funcionamento do cérebro. Safira acaba por morrer aos 27 anos de causas desconhecidas, num dia 5 de Abril de 1987, provavelmente de um esgotamento profundo causado por cansaço cerebral. As Lobas abandonaram o bordel e a missão do domínio animal acabou por ser abandonada. Mas este não seria o fim de Safira, pois sua mãe Chrystall dissolveu nas cinzas, o suor de Hitzaix vindo de um frasco que ele teria deixado em casa poucos dias antes de morrer. E sendo assim, Safira tornou-se imortalizada, sendo possível a sua invocação a qualquer momento, apesar da sua ressurreição ser temporária. É sem dúvida uma das mulheres mais carismáticas por detrás dos "Elvenpath".

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Mind Elvenpath (1991-?) A Chama moça do Ego

Mind Elvenpath, nascido no ano de 1991, descendente de uma família com um passado totalmente construído à base de lendas e mitos. James Mind nasce numa noite cantada por corvos, juntamente com ele nasce o seu gémeo Siren Nightingale. O pai, Lorde Midian Mordanto "Iluminarius" Elvenpath era um lunático e narcisista mestre das artes que estuda incansavelmente a história e os enigmas por detrás da mitologia que a sua família deixou para trás. O título do Lorde Midian de "Iluminarius" era o titulo do "Iluminado", aquele que se aproximava do saber total e todo o poder sobre ele, sendo a exaltação do seu ego incondicional. Mas o nascimento dos seus dois filhos pôs em risco a sua enorme reputação, já que os dois estavam dotados de uma anomalia que lhes dava a capacidade de desenhar e tornar real, tendo os dois uma fértil imaginação que os possibilitava de criar todo o tipo de realidade e aproximarem-se assim da fasquia do seu próprio pai. Lorde Midian desejava imponência e invoca uma parente falecida do seu jarro de cinzas, uma sedutora mulher metade humana, metade Loba, Safira Mirror Elvenpath (1960-1987),sua sobrinha. A envolvência carnal com esta Loba iria retirar a sua capacidade intelectual e reduzir a sua capacidade de raciocinio e resposta rápida, tornando-os retardados. Este ataque esteve suspenso durante sete anos, mal os dois rapazes Siren e Mind completam quinze anos, os dois estavam prestes a ser seduzidos por Safira, cujos olhos e focinho cegam a racionalidade de qualquer homem. Siren era o mais imaturo e ingénuo, sendo ele mais delicado e simpático que o irmão Mind, caindo com facilidade nas mãos daquela Loba ninfomaniaca. E assim, aquelas mãos de adolescente deliciaram-se com aquele pêlo feminino que se eriçava em histeria visceral, em delicias terrenas e o mimalho focinho de Safira deliciava-se nas testas do rapaz, derramando suavemente a saliva que o convertia lentamente num ignorante. Resumidamente, era uma mulher Loba que seduzia a racionalidade dos homens para a retirar e doar essa capacidade a certos animais que a merecem, uma espécie de "The Maiden of Animals, the Whore of Rationals". Mind verificou a incapacidade de Siren, revelando ele uma mentalidade muito abaixo da sua faixa etária. A saliva de Safira congelou a actividade de algumas das sinapses de Siren e as glândulas salivares da Loba absorveram as capacidades mais aguçadas do rapaz. Mind descobre este ultraje, o facto do pai não desejar a evolução intelectual dos seus filhos, decide desafiar o seu enorme pai de dois metros e quinze. Mind recusava-se a ser um vegetal e ao seu mero vegetar no mundo e estava determinado a destruir o ego de Lorde Midian caso ele levasse este projecto avante. A biblioteca do Lorde Midian acabou destruida por desenhos caóticos de Mind no seu diário gráfico, que se projectaram e espalharam o completo caos.
Os dois irmãos decidem traçar cada um o seu próprio destino. Siren acaba por adormecer inconsciente numa floresta em que repousa, sofrendo depois uma amnésia parcial. Futuramente, a este rapaz espera-lhe uma vida boémia de sexo e álcool e uma rejeição total de qualquer tipo de intelectualidade.
Mind irá criar um mundo só dele, criando-o totalmente através do desenho, do uso imaginação e desejos interiores. Cria continuas vivências estéticas até a sociedade condicionar a sua liberdade criativa e assim revoltar-se deveras e tornar-se num vilão que combate a máquina governamental que asfixia constantemente a arte.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Siren Nightingale "Upgrade" da personagem



Aproveito para falar um pouco da personagem, de Siren Nightingale. Uma personagem que criei no verão passado, um rapaz que se torna ninfomaníaco após se ter envolvido com uma sereia e ter sofrido mutações dolorosas que modificam completamente o seu estilo de vida anterior. Siren é o irmão gémeo de Mind Elvenpath, ambos com uma mentalidade muito diferente um do outro. Siren é dotado de uma anomalia que lhe dá a capacidade de tornar real tudo aquilo que desenha, permitindo elaborar todo tipo de ambientes e cenários. Siren nunca tinha o hábito de desenhar, ao contrário do irmão (mais uma vez, as mentalidades divergem), até um dia registar o seu diário uma pequena poça de água que rapidamente se projectou para a realidade, aparecendo perante ele um enorme rio perante a floresta. Siren mergulhou aqueles estranhos ambientes que acabara de criar, mas acaba por ser seduzido por uma sereia que se apresentava numa forma pouco convencional, duas barbatanas e uma vulva no meio delas. Siren acaba por desvendar as suas curiosidades e perder a virgindade. Segundos depois, sangues começam a escorrer do seu pescoço e várias fissuras começam-se a abrir nas suas peles. Uma enormíssima barbatana caudal cresce do seu rabo e mais uma série delas cresce nas suas virilhas e crescem-lhe guelras. Voltando à superficie terrestre, Siren tinha pouca capacidade de se aguentar a nivel terreno. Siren tornou-se sedento pelo fruto anal da mulher e assim desenhou, extendendo o lago a uma infinita distância, desenhando e multiplicando múltiplas sereias. Siren viveu numa constante vida boémia, acabando todas as noites bêbado em rum, adormecido num monte de algas.

Este desenho é um "Upgrade" de Siren. Corresponde à fase de total amadurecimento e apogeu da sua loucura. Nesta fase da sua vida, já tem 22 anos. Este "Upgrade" atravessa uma fase dolorosa da sua vida. Siren revela secretamente sentimentos por uma sereia que nasce com um veneno epidérmico e todo o seu impulso de amor concentra-se somente naquela mulher marinha. Uma fase da vida em que Siren abandona a sua inconsciência e interesse total pela diversão e folia. Continuando moderadamente um ser boémio, Siren tem consciência que não apareceu neste mundo para ser um "cadáver adiado que procria". Shori Posedíno, dos seres mais enigmáticos daqueles lagos. Amor é também definido como um sentimento que surge da ausência daquilo que não se tem. A história ainda tem que ser melhor estudada, já que a personagem sofre uma segunda metamorfose como é visivel no desenho, estando as suas costas equipadas por assustadores tentáculos. Apresentarei em breve a conclusão da história por detrás do "Upgrade" de Siren.
Siren apreciava os festins e as folias da vida, gostava de se sentir grande, embebedar-se de rum e adormecer bebâdo num monte de algas, acordando no outro dia sem saber quantas sereias fodeu. Mind era completamente diferente, sonhava com as suas musas, sonhava um amor inabalável, romântico e dramático com Maria Elvenpath. Queria somente pesquisar o seu abismo interior e criar continuas obras de arte! Sendo assim, era frio e considerava a sociedade sua inimiga, limitando a sua liberdade de criação e de experiencialismo estético.
Mentalidades que pareciam ser incompativeis entre dois irmãos.
Mas ambos tinham o mesmo perfil longo, olhos pestanudos, penetrantes e nariz grande.

domingo, 8 de março de 2009

Desenhos de Ultimamente (...)







Aqui estão desenhos meus de ultimamente, já vai algum tempo em que não coloco trabalhos aqui. Mas é que finalmente comprei um diário novo e finalmente me chegou inspiração, já estava em boa altura de a ter! Os meus trabalhos ultimamente têm dado um resultado bastante demente e macábro, mas é impulso nada mais, é o meu "mood" neste preciso momento.

O 1º desenho a contar de cima é a personagem Itzari, o Romanticida. Criei esta personagem há quase um ano, trata-se de um trovador romântico da Idade Média que após ser denunciado à Igreja por crimes absurdos que não cometera, fora condenado à morte. Sendo assim, Itzari mereceu uma segunda oportunidade concedida por satanás, sendo ele convocado para o clã de romanticidas. Romanticidas são demónios que têm como principal tarefa de enviuvar esposas, eliminando a sangue frio os seus maridos ou o casal sem remorsos. Itzari irá vingar-se das musas amadas que o denunciaram que o castraram da dignidade.
Desenho realizado a esferográfica preta, o desenho foi demorado mas valeu a pena.

O 2º desenho é Mind Elvenpath, a representação da sua ressurreição. Mind é um dos meus alter-egos, uma espécie de lado vilão dotado de uma anomalia que lhe dá a capacidade de tornar real tudo aquilo que desenha, sendo um individuo muito isolado no seu mundo interior, odiando os constrangimentos de vida em sociedade. Apeteceu-me mudar-lhe um pouco de estilo, já que comparativamente ao Mind enquanto vivo, o Mind zombie parece um pouco mais rebelde e provocador - "spikey hair" e casaco Goth.

O 3º desenho é baseado numa das músicas de "Cradle of Filth". Não é das mais divulgadas ou conhecidas, mas a letra parece suficientemente forte ao ponto de a ilustrar. "Amor e Morte" assim se chama a música. Representa o intenso libido que apodera a todo ser, que muitas vezes nos torna em seres que não conhecem qualquer tipo de ponderação. Tive esta ideia já há muito tempo, mas ainda não sabia na altura como a pôr na prática.

O 4º desenho é uma personagem baseada no filme "HellRaiser". Foi uma personagem que me surgiu quando foi para fazer na disciplina de Desenho uma segunda ilustração do poema de Al Berto. Ele chama-se Lioluxio Ioneri de Infernitus. Lioluxio é um prisioneiro dos seus próprios constrangimentos, memórias, que sente profundos desejos que parecem ser dificilmente concretizados. O único desejo que nele continua impenetrável, é o desejo de sentir as doces mãos de uma ninfa animalesca que lhe soltará dessas agressivas correntes.

Ainda hei de produzir mais. Não se compara aquilo que agora desenho com aquilo que desenhava para aí há um ano atrás, mas eu como sempre nunca estou satisfeito e sim, quero melhorar ainda mais na técnica. Ainda falta MUITO para atingir aquilo que eu quero! Estou a começar a estudar um pouco de desenho de anatomia, entre outras coisas. O problema é o trabalho escolar que não tem ajudado nada à produção, foda-se! E a prova de aptidão artistica vai lentamente se aproximando, já que vou começar a trabalhar nela já esta semana (PAIN IN THE ASS!)...Sem stresse, também quero mostrar aquilo que eu sou capaz e não vou desistir!

domingo, 7 de dezembro de 2008

O Corpo do Artista como Imagem Fotográfica



Um trabalho de carácter pessoal, essencial para a formação de uma identidade artística. Este trabalho foi dirigido para a disciplina de Imagem e Som A do 12ºano, leccionada por José António Fundo. A minha pessoa teve sempre um desejo profundo de narrar a sua vida como um feito épico, heróico e fantástico. Mas a realidade é algo que nunca me permitirá isso. O conhecimento é algo fulcral na sobrevivência, sem ele corremos o risco de acabar seres reles e limitados. Mas à medida que o nosso conhecimento aumenta, conhecemos a barbaridade da espécie, a corrupção hipócrita dos humanos e das chamadas "bestas quadradas" do nosso quotidiano. É este mundo que o meu amadurecer me trouxe a conhecer, um mundo onde as barbaridades se sucedem umas às outras, uma treva subentendida e imperfeita. E por mais que acreditemos em utopias, por mais que desejemos transformar o mundo (um desejo meu incorrespondido), a nossa força não é suficiente comparativamente à passividade e poder de uma esmagadora maioria. A máscara é uma alegoria de todo o negrume que a realidade nos faz absorver, o vil da sociedade em que vivemos. À medida que amadurecemos e o nosso conhecimento avança, vamos ao mesmo tempo conhecendo a fachada nua e crua do mundo em que vivemos. E sendo assim, esta máscara cresce e vinca-se dolorosamente nas nossas carnes. São defeitos como guerras imbecis (levadas a cabo por motivos idiotas) que acabam por trazer evolução às gerações, genocidios, corrupção, desumanidade, preconceitos, machismo retardado que são aspectos ainda aceites em passividade, mas que se costumam dizer actos inaceitáveis. Não vou questionar a existência de Deus, mas só vou dizer que se ele existir, não passa de um sábio ignorante que falhou como todos nós na sua criação. Há uma necessidade em mim de me impor, mudar e transformar o real em algo idealista, um mundo pacifico, de tolerância, de amor livre, o problema é que certos seres humanos não partilham esta ideologia e foram habituados a viver na sua própria imundicie. Mas cada um deverá procurar sua paz interior, já que a paz absoluta é impossivel. E uma capacidade que eu admiro é a imaginação, uma capacidade que nos compensa a nós próprios, a todo o nosso ser. Outro dos desejos presentes em mim é um desejo constante do sobrenatural, do surreal. Uma necessidade de narrar a minha vida como mais daquilo que sou, em actos épicos e em ambientes inimagináveis e fantasiosos que superam de longe a realidade. Posso dizer que sou um pouco ultra romântico, prezo mais o fantasioso do que o real. Quanto mais actualizar o meu conhecimento, cada vez mais fértil será a minha imaginação e maior será a minha capacidade de desfragmentação da minha mente. Sim, a minha desfragmentação em alter-egos, mundos e dimensões do fantástico. Mundos estes onde eu próprio corrijo defeitos e tudo aquilo que se encontra errado com o mundo fisico. A imaginação surge como uma ferramenta que nasce das minhas próprias mãos, uma espécie de tesoura que desfaz temporariamente a máscara do negro da realidade e eu alcanço desta forma uma paz interior. E assim, meus olhos fogosos disfrutam um decisivo momento de derrota da realidade para penetração num mundo intrinseco. Porque esta máscara, é uma máscara que prende o homem ao real, que dilata as retinas ao ser, que apela à razão e despreza a emoção.


domingo, 9 de novembro de 2008

Saxion Amoremort (?-?)

Saxion Amoremort, um demónio milenar criado pelos mitos inconscientes da ignorância da Idade Média. Fantasia e Religião eram os dois expoentes unidos e imbativeis da época, não há religião sem se acreditar em certas fantasias. Hereges eram aqueles que simplesmente não acreditavam em fantasias e condenados eram aqueles que tinham sabedoria. Os ignorantes bárbaros, pelos seus actos de rudeza e de mente repleta de fanáticos mitos falaciosos criaram um monstro. Este monstro andrógeno, sem qualquer identidade sexual, nervuras de visceras e ramos o compunham, dotado de um sorriso feliz e macábro e em profundos níveis de seu corpo habitavam os frios olhares de um mocho que o protege da ignorância. Uma vasta gama de medos carnais balançavam aquelas miúdas sinapses nervosas dos lendários e insignificantes. Dentro de suas mentes, a falta de humanidade e a sua limitação em acreditarem em surreais mitologias e fantasias, foi a semente da dádiva de nascimento a um medo tumular chamado de "Amoremort". Saxion esconde-se em florestas nunca embarcadas, pântanos nunca mergulhados, grutas nunca pisadas, lugares onde o preconceito dominava em apogeu. E assim, durante centenários, este demónio foi um predador mal interpretado. Por detrás de um olhar gélido cheio de satanismos e disfemismos, garras que despiram mil e uma carnes, encontra-se um colossal mal-entendido. Era sim um demónio, que exprimia o seu amor e ingenuidade de forma violenta, mal interpretada e mortal a seus hóspedes corajosos. Assim se chamava ele, de Amoremort, o amor perverso recalcado numa besta furiosa. Saxion era um demónio com extremos vícios sexuais, violando sequóias ou mesmo humanos que invadiam aqueles aleatórios ambientes. E assim é este, o amor de Saxion, que decapitaria, mutilaria qualquer ser. Um ser hermafrodito, apesar de ter esculpida uma vulva no meio de suas ancas vegetalistas. E assim, este monstro viveu milénios e irá viver continuos centenários de fome repetitiva. A ignorância é algo que nunca se irá eclipsar, o mito nunca irá cessar! (Apresentarei o desenho da personagem)

domingo, 19 de outubro de 2008

Ilustração do Poema que está "Escrito na Pedra"


"Cresceu-me uma pérola no coração, mas estou só, não tenho a quem deixar"

Al Berto (1948-1997)
Sangue não é uma expressividade de agressão, mas sim de amor. O sangue derrama-se, não como uma forma de sofrimento físico mas sim emocional. Ali encontra-se, deslocado, um ser que nem tem consciência do mundo envolvente e de si próprio. Coberto de espinhos, da repulsa que este causa, a única vida que lhe resta são folhas que lhe crescem sobre a testa, o germinar de pensamentos rejeitados sem correspondência! Demónio de dentição feroz alimenta-se em seu crânio, representação da sua raiva, revolta recalcada sem expressão possível. Garras do sentimento cresceram em suas auriculas, um toque cego sobre superfícies naturais, toques que saboreiam o tacto de uma pérola alegórica das entranhas. Praias sanguinolentas albergam exuberantes naturezas que tanto querem saborear o gracioso tacto desta pérola. Os olhos de ninfa que se escondem numa tímida árvore protegida por chorosas folhas de limonete, querem conhecer e roubar o sentimento a este terráqueo ser. Deglutição da pérola, esta autêntica relíquia de masturbação mental!

domingo, 5 de outubro de 2008

Seres Intrínsecos


Uma tristeza do nosso implodir lento por dentro! A venda que em lentidão se solta dos nossos olhos para visionarmos uma realidade negra. Mal somos paridos para este mundo, o nosso conhecimento é uma tábua rasa que se preenche com as tintas crueis da sabedoria que nos abre os olhos para a fachada despida e crua. Nadamos sobre arco íris na apoteose da nossa infância, até sermos sugados por um pântano negro. A este resvalar no precipicio chamamos de amadurecimento. O doloroso processo de amadurecer! Conhecemos a frieza de terráqueos e a corrupção hipócrita e terrena. Os erros que nós e os outros cometem e que nos enchem de exaustão. Nós corrigimo-nos mas eles...será que se corrigem? Grande parte deles está se nas tintas! Somos traidos, desiludidos, muitas vezes por quem amamos e assim deixam eles vestigios carnais. Aqueles que nos abrem fissuras alegóricas sobre nossas peles. É o circulo da vida que temos de tolerar, os obstáculos são demasiados e cada um nos esmaga de forma única! Tudo isto colabora para o desenvolvimento de um negrume de nossa alma. Alegorias que se alimentam de uma bela luminosidade lunar, os veludos da noite que as emancipa!
O nosso ser enfurecido que se quer expressar sem saber como, exprimir a sua revolta em imponência, que se quer sentir superior e destruir a nossa pessoa frágil, cortês e ingénua.
Um ser que deseja esmagar as imperfeições das relações e daqueles que nos rodeiam. Não sei se todos albergam um ser como este dentro de si. Não nos podemos resumir ao facto de que simplesmente somos uma só pessoa. A nossa mente é uma dimensão abismal de onde podemos extrair uma infinidade de elementos que são fulcrais na nossa personalidade, ou seja, nem que seja um pequeno pensamento que nos venha à cabeça, é decisivo na construção do nosso carácter. A consciência moral é um ser que nos susurra ao ouvido, tanto para o bem como para o mal. Mas neste caso estou me a referir a um ser de revolta, que deseja descarregar a sua raiva num impacto esmagador! Como diria Jean Jacques Rousseau, o célebre filósofo iluminista do séc. XVIII, todo o homem é, por condição de nascimento, naturalmente bom!Sendo submetido aos vícios da civilização, é levado à triste bárbarie da espécie e do presente!

sábado, 27 de setembro de 2008

Antigamente é que era Bom! (Tema apresentado para a PAA na Soares dos Reis)

"Antigamente é que era bom", o tema apresentado para a prova de aptidão artística dos alunos do Curso de Comunicação Audiovisual. Eu estava com um défice de ideias quanto ao tema, mas a última aula de Imagem e Som A fez alargar os horizontes a todos os alunos! Eu sabia que aquele tema não se resumia a velhinhas fartas de reumatismo que queriam ser umas jovens cheias de sex-appeal outra vez. Mas foi preciso uma reflexão profunda acerca do tema para ultrapassarmos um pouco a barreira do óbvio. O tempo é das coisas mais descartáveis e irrecuperáveis deste planeta. É tão descartável e precioso que o homem sente a necessidade de mudar o passado para estabilizar o presente. A nossa vida é um palco, onde somos actores (quando interagimos com aquilo que nos rodeia e enfrentamos as pessoas que nos rodeiam), argumentistas e realizadores (quando definimos a nossa ética, postura, mudanças, atitudes e filosofias de vida) e obviamente que somos montadores! A montagem consiste nas pequenas decisões, erros e atitudes fulcrais que montam o nosso passado, presente e futuro. E por mais que tentemos, a nossa montagem nunca será perfeita pois somos todos seres imperfeitos. Como diria Friedrich Nietzche: "somos errantes num nada Infinito". Nós somos errantes ao ponto de deambularmos condicionados ao nosso destino que consiste numa montagem. E quando jogamos o conhecido simulador "The Sims", sentimo-nos como deuses ao manipular o destino das famílias que criamos! Podemos ser piedosos e concretizar todas as suas aspirações ou podemos ser depravados e afogá-los todos numa piscina. Montamos o seu destino, ou seja, montamos uma cronologia de altos e baixos. E a frase surge "Antigamente é que era bom" como uma necessidade de nos corrigir e reparar a nossa montagem cinematográfica para condições favoráveis, corrigindo ao mesmo tempo as imperfeições do nosso carácter. Uma montagem correspondente a uma longa-metragem onde compreendemos o roteiro da nossa viagem vitalícia. Os cortes ocorrem constantemente e acompanham em frequência o nosso dia-à-dia. Somos nós que vivemos a nossa vida e manipulamos e editamos a nossa montagem, ou há aqueles crentes que acreditam que o destino ou "Deus" é responsável por todo o desenvolvimento da montagem. Como diria Harris Watts "editar é mais uma arte do que uma ciência". Pois se nós tivéssemos a miraculosa oportunidade de repetir toda a nossa montagem, nós iriamos fazê-la de forma única e distinguivel como uma arte de mudar o acontecimento. Concluindo, a montagem tem um forte carácter subjectivo!
A modalidade que estou a trabalhar este ano é multimédia. Mas desde que entrei neste curso, revelei um interesse aguçado pelas três áreas e cada vez mais a fotografia me inspira. Vai ser um grande desafio enfrentar e trabalhar este tema na minha tecnologia. Agora que o tema foi severamente dissecado, tenho que expôr e encaixar cuidadosamente as minhas ideias.