domingo, 28 de setembro de 2008

Work in Progress


Como podem ver, este é o meu local de trabalho! O meu quarto, uma espécie de santuário pessoal onde passo maior parte do tempo colado ao meu estirador. Nunca fui grande apreciador de desarrumação, mas neste caso posso dizer que naquele dia fui. Sim, quando me pus uma tarde inteira de Junho a finalizar a pintura em aguarela chamada "Amor é Gore".
Costumo estar de phones ou com colunas ligadas com as minhas bandas a dar, Cradle of Filth, Slipknot, Eternal Tears of Sorrow, Kamelot, Nightwish, todo o tipo de Metal! E simplesmente odeio que me interrompam, pois estou no meu direito em ser antisocial! E cuidado, porque qualquer dia monto uma armadilha à porta do meu quarto!
Quanto à fotografia, é óbvio que a tirei à noite e por acaso o quarto estava bem iluminado. Um negrume acumulou-se à volta do ambiente e a luminosidade do candeeiro fez favor de focar o elemento de ênfase na fotografia, o estirador onde eu trabalho.
Mas aquilo que eu mais detesto são as minhas quebras de inspiração que simplesmente me revoltam!

sábado, 27 de setembro de 2008

Antigamente é que era Bom! (Tema apresentado para a PAA na Soares dos Reis)

"Antigamente é que era bom", o tema apresentado para a prova de aptidão artística dos alunos do Curso de Comunicação Audiovisual. Eu estava com um défice de ideias quanto ao tema, mas a última aula de Imagem e Som A fez alargar os horizontes a todos os alunos! Eu sabia que aquele tema não se resumia a velhinhas fartas de reumatismo que queriam ser umas jovens cheias de sex-appeal outra vez. Mas foi preciso uma reflexão profunda acerca do tema para ultrapassarmos um pouco a barreira do óbvio. O tempo é das coisas mais descartáveis e irrecuperáveis deste planeta. É tão descartável e precioso que o homem sente a necessidade de mudar o passado para estabilizar o presente. A nossa vida é um palco, onde somos actores (quando interagimos com aquilo que nos rodeia e enfrentamos as pessoas que nos rodeiam), argumentistas e realizadores (quando definimos a nossa ética, postura, mudanças, atitudes e filosofias de vida) e obviamente que somos montadores! A montagem consiste nas pequenas decisões, erros e atitudes fulcrais que montam o nosso passado, presente e futuro. E por mais que tentemos, a nossa montagem nunca será perfeita pois somos todos seres imperfeitos. Como diria Friedrich Nietzche: "somos errantes num nada Infinito". Nós somos errantes ao ponto de deambularmos condicionados ao nosso destino que consiste numa montagem. E quando jogamos o conhecido simulador "The Sims", sentimo-nos como deuses ao manipular o destino das famílias que criamos! Podemos ser piedosos e concretizar todas as suas aspirações ou podemos ser depravados e afogá-los todos numa piscina. Montamos o seu destino, ou seja, montamos uma cronologia de altos e baixos. E a frase surge "Antigamente é que era bom" como uma necessidade de nos corrigir e reparar a nossa montagem cinematográfica para condições favoráveis, corrigindo ao mesmo tempo as imperfeições do nosso carácter. Uma montagem correspondente a uma longa-metragem onde compreendemos o roteiro da nossa viagem vitalícia. Os cortes ocorrem constantemente e acompanham em frequência o nosso dia-à-dia. Somos nós que vivemos a nossa vida e manipulamos e editamos a nossa montagem, ou há aqueles crentes que acreditam que o destino ou "Deus" é responsável por todo o desenvolvimento da montagem. Como diria Harris Watts "editar é mais uma arte do que uma ciência". Pois se nós tivéssemos a miraculosa oportunidade de repetir toda a nossa montagem, nós iriamos fazê-la de forma única e distinguivel como uma arte de mudar o acontecimento. Concluindo, a montagem tem um forte carácter subjectivo!
A modalidade que estou a trabalhar este ano é multimédia. Mas desde que entrei neste curso, revelei um interesse aguçado pelas três áreas e cada vez mais a fotografia me inspira. Vai ser um grande desafio enfrentar e trabalhar este tema na minha tecnologia. Agora que o tema foi severamente dissecado, tenho que expôr e encaixar cuidadosamente as minhas ideias.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Canção do Corvo para o Cisne

O Ultra Romantismo do Sec. XIX dominava as mentes da época! Trajectos frios de cinza, negrume dos trajes que circuncisavam cidades entristecidas. Em mansões isolavam-se artistas, poetas perdidos no seu abismo interior de dimensões do fantástico. Deliciosas eram todas elas, sim eu compreendo-vos! A vida é dura e os pesos que ela nos carrega são diversos e das mais complexas formas. Rosto pálido e devastado era o do escritor Timothy Thalmadge, o chamado "poeta sem sobrancelhas". Miserável e rico era ele, vivendo só na sua mansão concentrado em madeiras velhas de secretárias, despedaçado coração de ver a sua mulher adornada por um leito de morte. Iluminação de velas eram invocações de caos na sua mente. Rumores diziam que este não usava tinta para escrever, mas sim sangue! Sangue era a sua tinta, que tanto consumiu até ter desmaiado em puros fatos pálidos! Reencarnações, sim todos acreditam, pois todos querem fugir da cegueira do limbo. Mas sim, Timothy fugiu deste lugar com sucesso. Reencarnando nas condições do animal da morte, o corvo! O corvo que vagueava habitações tumulares contrastando com as cinzas da época. Ousou a alegoria de Timothy Thalmadge trespassar as grades que dividiam campas. Explorou um lago e deu de caras com um cisne! O cisne da sua falecida esposa. Mas estas espécies, tão distintas uma da outra: a rebeldia do corvo e a graciosidade do cisne. As penas caiam lentamente das asas do corvo, enchendo um lago de prata em particulas negras. O corvo nunca poderá, nem ousará boiar aquele lago de amores. O corvo encontrou dor, de vivo e de morto, afinal ambas existiam! Visionava o humano numa ave, bicos eram lábios, asas eram braços angélicos, pescoço era elegância, penas eram as visceras que se eriçavam em sexualidade eufórica.
O verão das vidas há de sempre morrer depressa. Não se pode pedir justificações, porque muitas vezes parecem inúteis. O corvo corria o risco de se depenar a partir de agora, sempre que tentava trespassar aquelas grades. Um circulo de traições e novos rumos nos aparece perante a vida, temos que o aceitar infelizmente! Timothy cantou, durante anos, a canção de um corvo para um cisne distante: " Incorrespondências são demasiadas, solidões não faltam, pensamentos não param de planar no preto desta mente, Cinzas espalham-se em corredores, os sangues escoaram-se sobre folhas de papel que me despiram as carnes lentamente".

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Itzari, o Romanticida


Itzari Neruda, um trovador romântico da Idade Média, era de perseguição religiosa onde os crentes eram assombrados por arrepiantes Igrejas Românicas. Escrevia poesia com o seu ego em chamas, declarando-se visceralmente e apaixonadamente a donzelas florestais. Um homem cheio de alma que tinha muito para dar! Mas a sua feiura repugnava-as, as imensas espinhas, o seu nariz adunco e ombros pequenos eram capazes de tirar todo o encanto e ascetismo aos seus poemas.
Um dia, uma das donzelas decide denunciar Itzari à Igreja, a repugnância era tanta que nenhuma fêmea aguentava. Acusou-o falsamente de descrever práticas hereges e profanas com donzelas nos seus poemas e também de desenvolvimento de versículos macábros.
Itzari é alvo de humilhação pública e condenado inocentemente à fogueira. Os bispos queimam as suas obras em fanatismo religioso, sem sequer terem o cuidado de ler os artefactos.
Em frente à Igreja Românica de Ezurbita, Itzari é queimado vivo e reduzido a cinzas.
Mas aquele não era o fim. Itzari merecera uma segunda oportunidade...concedida por satanás.
Assim, recebe uma missão de satanás e são lhe concedidos poderes de extermínio ilusório e macábro. Ele torna-se num romanticida dos Infernos. Os Romanticidas são demónios do submundo que têm a tarefa de enviuvar esposas, sejam elas fieis ou infieis. Itzari recebe uma lista de esposas para enviuvar e aproveita esta oportunidade para se vingar dos vivos.
Casais aproveitavam noites de nevoeiro discretas na floresta para praticarem o amor em todos os seus aspectos. Mas Itzari tenta ser um assassino discreto e sobrenatural. Como um fantasma no nevoeiro, vagueia aquela floresta à espera do momento oportuno. Mal o casal se prepara para uma núpcia nocturna e selvagem, Itzari vira a natureza contra os amantes. As árvores atacam selvaticamente o marido das visceras erectas com ramos que se aguçam em lâminas, acabando por o degolar em infortúnios.
- O amor é a alegoria do poço! - Dita Itzari repetidamente em vozes frias e assombrosas.
A esposa sentia as suas carnes assombradas e amaldiçoadas por aquele nevoeiro que a cada momento se tornava mais horripilante e insustentável. Caules enfiam-se friamente nos seus calcanhares como agulhas. Lentamente as árvores sugavam o sangue daquela musa indefesa, convertendo-a numa boneca morta de olhos revirados, branca como a cal.
Itzari torna-se o Romanticida mais competente e vil dos Infernos, o orgulho de Lúcifer.
Este estava determinado a levar a sua vingança avante, enviuvar a donzela que o denunciou, Lucida.
Ao invadir o castelo discretamente, assistia o despir lento de Lucida. Ao parapeito da janela apreciava os seios redondos e lisos que davam vontade a qualquer homem são de dançá-los na sua mão. Aguçando a sua longa espada acaveirada, preparando para cortar aqueles seios leitosos, desta vez Itzari decide dar a cara ao oponente.
- Deixa que as minhas mãos putrefactas te acariciem de morte esses seios! - Dita Itzari em vozes demoniacas ao ouvido de Lucida.
Massajava aqueles seios em excitação de cadáver e seus dedos iam lentamente se desfazendo em lesmas hominivoras que consumiam as visceras de Lucida. Morria ela em lentidão, dolorosamente! A vingança é executada com sucesso.
Ao voltar ao seu lar, o submundo, é alvo de um castigo por parte de Satanás. Itzari acabara de aniquilar uma das mensageiras dos Infernos. Bem, uma das missões de Lucida foi denunciar Itzari, de maneira a ele se tornar num talentoso romanticida.
Sendo assim, ele é convertido de Romanticida a defunto! Mergulha no abismo escuro da vida, na origem, na pura e simples visão da morte. Um puro e simples limbo negro!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Em breve, teremos BD!

Aos que estejam atentos a este portal, os desenhos executados no ano de 2007 encontram-se um pouco rudimentares.
O meu desenho apresentou alguma evolução e isso reflectiu-se no meu trabalho em geral. A minha dificuldade continua a ser anatomia, apesar de também ter o objectivo de tornar as minhas personagens um pouco longe do real. Por isso terei todo o gosto de vos apresentar em breve a banda desenhada "Armadura de Lobos", uma curta história surreal e freudisiana que narra um amor incorrespondido.