domingo, 5 de outubro de 2008

Seres Intrínsecos


Uma tristeza do nosso implodir lento por dentro! A venda que em lentidão se solta dos nossos olhos para visionarmos uma realidade negra. Mal somos paridos para este mundo, o nosso conhecimento é uma tábua rasa que se preenche com as tintas crueis da sabedoria que nos abre os olhos para a fachada despida e crua. Nadamos sobre arco íris na apoteose da nossa infância, até sermos sugados por um pântano negro. A este resvalar no precipicio chamamos de amadurecimento. O doloroso processo de amadurecer! Conhecemos a frieza de terráqueos e a corrupção hipócrita e terrena. Os erros que nós e os outros cometem e que nos enchem de exaustão. Nós corrigimo-nos mas eles...será que se corrigem? Grande parte deles está se nas tintas! Somos traidos, desiludidos, muitas vezes por quem amamos e assim deixam eles vestigios carnais. Aqueles que nos abrem fissuras alegóricas sobre nossas peles. É o circulo da vida que temos de tolerar, os obstáculos são demasiados e cada um nos esmaga de forma única! Tudo isto colabora para o desenvolvimento de um negrume de nossa alma. Alegorias que se alimentam de uma bela luminosidade lunar, os veludos da noite que as emancipa!
O nosso ser enfurecido que se quer expressar sem saber como, exprimir a sua revolta em imponência, que se quer sentir superior e destruir a nossa pessoa frágil, cortês e ingénua.
Um ser que deseja esmagar as imperfeições das relações e daqueles que nos rodeiam. Não sei se todos albergam um ser como este dentro de si. Não nos podemos resumir ao facto de que simplesmente somos uma só pessoa. A nossa mente é uma dimensão abismal de onde podemos extrair uma infinidade de elementos que são fulcrais na nossa personalidade, ou seja, nem que seja um pequeno pensamento que nos venha à cabeça, é decisivo na construção do nosso carácter. A consciência moral é um ser que nos susurra ao ouvido, tanto para o bem como para o mal. Mas neste caso estou me a referir a um ser de revolta, que deseja descarregar a sua raiva num impacto esmagador! Como diria Jean Jacques Rousseau, o célebre filósofo iluminista do séc. XVIII, todo o homem é, por condição de nascimento, naturalmente bom!Sendo submetido aos vícios da civilização, é levado à triste bárbarie da espécie e do presente!

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