sábado, 29 de novembro de 2008

Luz e outras Alegorias

Sobre rochedos sós
Os astro precipitam
Sobre ti, a luz
O simbolismo de Esperança

Corajosos e firmes Calcanhares
Que pisam em constância
Numa neve gélida incompreendida

Mas tu compreendes
Esta neve é morno de tua alma
São caricias sobre mãe natureza
São leitos brancos e fogosos
Que se descacam de tuas peles pálidas

Existirás e serás
O Ouro escondido nas ervas
Que mata as fomes
A Nudez sobre águas prateadas

Caem os sulcos de fruta
Sobre as tuas testas
E cabelos enrolados em teus seios

Mas lamentavelmente é o que digo
Tu não existes
Nem sei se és tal coisa imaginável
Por mais que te imaginem

Perdoa-me ser impossivel
Este mundo vilão onde eu habito
Minhas garras de humano
Nunca revelerão extremismo de Ciclope

Deus é chamado
O vulto que se mascarou de Deus
Que não era mais do que um ordinário
Ignorante sábio que falhou como todos nós

Vive esses terrenos inconcebíveis
Na solidão morna do teu gelo
Sê inconsciente até ao eclipse
Não te atrevas a deleitar-te nestes leitos
Que há pouco me referi

Porque eu, enquanto terráqueo
Finjo e finjo, sou fingidor
Finjo felicidade, faço vontades
Sou um guerreiro desértico
Com um talismã quebrado em cinzas

Arrogante e deprimido
A jaula da minha alma
Que sangra constantemente de suas asas

Mas prometo
Um dia serás minha
Cuspirei nas fachadas do benigno mortal
Esculpirei realidades impossiveis
Sendo algo em que sou mestre
Porque a minha vida
É um constante construir de alegorias


Tiago Araújo

1 comentário:

Ana Sofia disse...

Sim, aquele ser arrogante, aquele Deus, é insensível, pois nunca dará vida à tua musa imaginada....

Adorei este poema, continua...