domingo, 7 de dezembro de 2008

O Corpo do Artista como Imagem Fotográfica



Um trabalho de carácter pessoal, essencial para a formação de uma identidade artística. Este trabalho foi dirigido para a disciplina de Imagem e Som A do 12ºano, leccionada por José António Fundo. A minha pessoa teve sempre um desejo profundo de narrar a sua vida como um feito épico, heróico e fantástico. Mas a realidade é algo que nunca me permitirá isso. O conhecimento é algo fulcral na sobrevivência, sem ele corremos o risco de acabar seres reles e limitados. Mas à medida que o nosso conhecimento aumenta, conhecemos a barbaridade da espécie, a corrupção hipócrita dos humanos e das chamadas "bestas quadradas" do nosso quotidiano. É este mundo que o meu amadurecer me trouxe a conhecer, um mundo onde as barbaridades se sucedem umas às outras, uma treva subentendida e imperfeita. E por mais que acreditemos em utopias, por mais que desejemos transformar o mundo (um desejo meu incorrespondido), a nossa força não é suficiente comparativamente à passividade e poder de uma esmagadora maioria. A máscara é uma alegoria de todo o negrume que a realidade nos faz absorver, o vil da sociedade em que vivemos. À medida que amadurecemos e o nosso conhecimento avança, vamos ao mesmo tempo conhecendo a fachada nua e crua do mundo em que vivemos. E sendo assim, esta máscara cresce e vinca-se dolorosamente nas nossas carnes. São defeitos como guerras imbecis (levadas a cabo por motivos idiotas) que acabam por trazer evolução às gerações, genocidios, corrupção, desumanidade, preconceitos, machismo retardado que são aspectos ainda aceites em passividade, mas que se costumam dizer actos inaceitáveis. Não vou questionar a existência de Deus, mas só vou dizer que se ele existir, não passa de um sábio ignorante que falhou como todos nós na sua criação. Há uma necessidade em mim de me impor, mudar e transformar o real em algo idealista, um mundo pacifico, de tolerância, de amor livre, o problema é que certos seres humanos não partilham esta ideologia e foram habituados a viver na sua própria imundicie. Mas cada um deverá procurar sua paz interior, já que a paz absoluta é impossivel. E uma capacidade que eu admiro é a imaginação, uma capacidade que nos compensa a nós próprios, a todo o nosso ser. Outro dos desejos presentes em mim é um desejo constante do sobrenatural, do surreal. Uma necessidade de narrar a minha vida como mais daquilo que sou, em actos épicos e em ambientes inimagináveis e fantasiosos que superam de longe a realidade. Posso dizer que sou um pouco ultra romântico, prezo mais o fantasioso do que o real. Quanto mais actualizar o meu conhecimento, cada vez mais fértil será a minha imaginação e maior será a minha capacidade de desfragmentação da minha mente. Sim, a minha desfragmentação em alter-egos, mundos e dimensões do fantástico. Mundos estes onde eu próprio corrijo defeitos e tudo aquilo que se encontra errado com o mundo fisico. A imaginação surge como uma ferramenta que nasce das minhas próprias mãos, uma espécie de tesoura que desfaz temporariamente a máscara do negro da realidade e eu alcanço desta forma uma paz interior. E assim, meus olhos fogosos disfrutam um decisivo momento de derrota da realidade para penetração num mundo intrinseco. Porque esta máscara, é uma máscara que prende o homem ao real, que dilata as retinas ao ser, que apela à razão e despreza a emoção.


3 comentários:

Anónimo disse...

wau amor, es tao profundo o.o

expressas-t tao bem, tens uma capacidade que wau :O
serio

adorei Mind, como sempre *-*

Ana Sofia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Sofia disse...

Artista que se constrói, perante uma sociedade nem sempre receptiva a um nascimento e a um crescimento de uma obra de arte, nem compreensiva à mudança.
Muito Obrigada pelo comentário*
Tiveste uma ideia muito original*