sábado, 20 de dezembro de 2008

"Cthulhu Mythos" a Lenda


Era mais um dia daqueles frustrantes em que não se tem uma pinga de inspiração e me entretenho a fantasiar para mim próprio ao som da minha música viciante. Calhou-me a curiosidade num dia em que estava no computador ao som da música "Cthulhu Dawn" dos Cradle of Filth, música do album "Midian", pesquisar um pouco acerca do ser "Cthulhu. Cthulhu é uma criatura gigantesca da ficção, altamente mencionada por Howard Philips Lovecraft (1890-1937), escritor que se destacou nas temáticas de horror, fantasia e ficção cientifica. Um estilo literário marcadamente gótico que teve grande influência nos escritores de horror. O Cthulhu é um ser hibrido octópode alado e segundo o "Cthulhu Mythos", há biliões de anos atrás, a terra teria sido habitada por criaturas que aqui teriam chegado antes que o planeta fosse capaz de sustentar vida por si próprio. Eles e não Deus, teriam criado vida na terra e criaram assim humanos, uma espécie que surgiu para ser simplesmente alvo de chacota.
A obra de H.P Lovecraft foi considerada blasfemo pelas Igrejas fundamentalistas do mundo inteiro e por todos aqueles que acreditam na versão da criação biblica.
Após a morte de Lovecraft em 1937, Derleth foi reconhecido também por este mesmo género de literatura ao incorporar os mitos em suas histórias. Mas Derleth seguiu a sua própria visão, criando um dualismo entre os mitos e o cristianismo, como uma espécie de batalha entre o bem e o mal, rompendo um pouco com o carácter cruel e caótico que caracterizavam outros contos.
H.P Lovecraft não criou os seus mitos através de uma mitologia coesa, apelando à emoção que as suas ideias suscitavam, o puro e simples horror. Enquadrar esta temática numa batalha entre o bem e o mal, seria retirar completamente o horror de seus mitos e seu significado.
Este desenho que eu apresento aqui, não está assim grande coisa, foi um simples treino de claro-escuro. Quero melhorar a minha técnica, para conseguir expressar a minha imaginação de uma forma cada vez mais esmagadora.

domingo, 14 de dezembro de 2008

O Extremismo de meu Ser


Mal a máscara da realidade é desfeita, eu embarco nestas realidades. Os meus egos desfragmentam-se continuamente, favorecendo, exaltando todo o meu ser, transportando-me a topos nunca vistos. Este extremismo de meu ser, é aquilo que me mantém vivo, o imaginário que eu vivo e transporto para o real. Não sou louco, sou deveras lúcido, reles são aqueles que se limitam à sua obsessão taxionómica. Dimensões épicas, heróicas, de amor e ódio.
Utopias criadas, falhadas poderão ser, mas utopias serão. Utopias reconhecidas por uma minoria, pelo meu "eu" simplesmente. Estes mundos, onde os meus corpos ausentes deambulam (alter-egos) são um simples traço de minha histeria, tal como o traço de Fernando Pessoa na sua criação heteronómica. Dimensões nunca irão cessar, uma epopeia ainda em narração.
Ilustração de Tiago Araújo

sábado, 13 de dezembro de 2008

Lobos Alados


Sonhos estes
Que se estalam em neves frias
Que descendem de um crepúsculo azul
O meu pé desce firmemente
Perante a plenitude de um Impossível

E cantos estes
Dançam e entrelaçam-se nos meus ouvidos
E estes nevoeiros são as poeiras
Que vos protegem de olhares humanos
E que se soltam de vossas asas celestes

O sinistro não existe!
Perante o meu olhar que se estende
Sobre Lobos alados que dançam
Dançam em maravilhas instintivas
Em florestas de sonhos perdidos

Tomara terráqueos
Serem dotados de tal espelho
Estes espelhos de brandura bela
Que cegam contínuos arcanjos
Uma puta desumanidade derrotada

Implacáveis seres
Deixem-me alimentar-vos
De óbvios frutos proibidos
E afagar vosso bonito focinho
Passando a mão pela prata do vosso pêlo
Protegendo-vos do Intragável

Esses licores que bóiam
Em aquários viscerais
Substâncias exóticas e cândidas
Banhando os vossos espelhos
Em voos únicos eu embarco
Não sei mais que diga!
Tiago Araújo

domingo, 7 de dezembro de 2008

O Corpo do Artista como Imagem Fotográfica



Um trabalho de carácter pessoal, essencial para a formação de uma identidade artística. Este trabalho foi dirigido para a disciplina de Imagem e Som A do 12ºano, leccionada por José António Fundo. A minha pessoa teve sempre um desejo profundo de narrar a sua vida como um feito épico, heróico e fantástico. Mas a realidade é algo que nunca me permitirá isso. O conhecimento é algo fulcral na sobrevivência, sem ele corremos o risco de acabar seres reles e limitados. Mas à medida que o nosso conhecimento aumenta, conhecemos a barbaridade da espécie, a corrupção hipócrita dos humanos e das chamadas "bestas quadradas" do nosso quotidiano. É este mundo que o meu amadurecer me trouxe a conhecer, um mundo onde as barbaridades se sucedem umas às outras, uma treva subentendida e imperfeita. E por mais que acreditemos em utopias, por mais que desejemos transformar o mundo (um desejo meu incorrespondido), a nossa força não é suficiente comparativamente à passividade e poder de uma esmagadora maioria. A máscara é uma alegoria de todo o negrume que a realidade nos faz absorver, o vil da sociedade em que vivemos. À medida que amadurecemos e o nosso conhecimento avança, vamos ao mesmo tempo conhecendo a fachada nua e crua do mundo em que vivemos. E sendo assim, esta máscara cresce e vinca-se dolorosamente nas nossas carnes. São defeitos como guerras imbecis (levadas a cabo por motivos idiotas) que acabam por trazer evolução às gerações, genocidios, corrupção, desumanidade, preconceitos, machismo retardado que são aspectos ainda aceites em passividade, mas que se costumam dizer actos inaceitáveis. Não vou questionar a existência de Deus, mas só vou dizer que se ele existir, não passa de um sábio ignorante que falhou como todos nós na sua criação. Há uma necessidade em mim de me impor, mudar e transformar o real em algo idealista, um mundo pacifico, de tolerância, de amor livre, o problema é que certos seres humanos não partilham esta ideologia e foram habituados a viver na sua própria imundicie. Mas cada um deverá procurar sua paz interior, já que a paz absoluta é impossivel. E uma capacidade que eu admiro é a imaginação, uma capacidade que nos compensa a nós próprios, a todo o nosso ser. Outro dos desejos presentes em mim é um desejo constante do sobrenatural, do surreal. Uma necessidade de narrar a minha vida como mais daquilo que sou, em actos épicos e em ambientes inimagináveis e fantasiosos que superam de longe a realidade. Posso dizer que sou um pouco ultra romântico, prezo mais o fantasioso do que o real. Quanto mais actualizar o meu conhecimento, cada vez mais fértil será a minha imaginação e maior será a minha capacidade de desfragmentação da minha mente. Sim, a minha desfragmentação em alter-egos, mundos e dimensões do fantástico. Mundos estes onde eu próprio corrijo defeitos e tudo aquilo que se encontra errado com o mundo fisico. A imaginação surge como uma ferramenta que nasce das minhas próprias mãos, uma espécie de tesoura que desfaz temporariamente a máscara do negro da realidade e eu alcanço desta forma uma paz interior. E assim, meus olhos fogosos disfrutam um decisivo momento de derrota da realidade para penetração num mundo intrinseco. Porque esta máscara, é uma máscara que prende o homem ao real, que dilata as retinas ao ser, que apela à razão e despreza a emoção.


sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Derradeira Destruição do Crepúsculo

Anunciação do Perdão
A um impecável Vilão
Em crimes cheios de explicação

Sinto brisas frias
Das ruínas do Eclipse
Que tu e eu desmoronamos
Para cessar a nossa estupidez

E perante esta mente
Eu caminho perante gelos desérticos
Que esta maldita sereia me cantou
Maldita sereia que me seduziu
Seduziu através de chorosos e tímidos uivos

Cai do crepúsculo abaixo
Bati a pique com minha cabeça
Acordei para a nudez
E agora vejo peixes putrefactos

Acentuaste o meu demónio
Que quer romper as minhas peles
E ingerir humanos
Descascá-los com seus maxilares

Há que superar, há que superar
O crepúsculo que eu ao longe avisto
E que dói na alma
Enquanto eu me encontro no Inverno
No gelo oco do estável da vida

E agora iremos os dois
Subir uma montanha congelada e oculta
Lutaremos até à morte
Como dois guerreiros de ego raivoso

Vagueamos em ventos da morte
Tentamos eclipsar sentimentos estúpidos
E revelar-te-ei
O quanto venenosa é a tua beleza

Sobre glaciares gelados
A nossa dança de suores é travada
E meu amor morrerá de vez
E tu morrerás em minha mente

Sacrifico-te para honrar o negro
Negro negrume de minha alma
Os veludos da sanidade
Que pairam em sangues cerebrais

Tiago Araújo