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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Voos de um Sonhador Qualquer

E esta sonolenta mente
Que nem passados mente
Nem saberá mentir
Nem sabe se sabe mentir
Ou mente inofensivamente

Só sei sonhar, não sei outra coisa
Segrego ópios pelas minhas sinapses
Não soube ser auto-didacta de outras coisas quaisquer
Sonho o Impossível Incansável
Que me cansa de o tanto aspirar

São voos meus, perdoem-me
Só as aves me poderão acompanhar
E paridas asas serão das minhas costas
E irei disparar meus egos
Na forma de balas ensanguentadas

Eis estes encobertos temporários
O disfarce das fachadas fuziladas
E em nudez das minhas carnes
Contemplo bocas elegantes e femininas
O meu resumo tumular e radical de sentidos

Se há alturas em que não conheço vulgaridades
Não há oito nem oitenta
Não conheço aquilo que atribui mantos carnais às coisas
Não sei se existo, se sou obra ou feito
Mas por enquanto sonha-se!

Tiago Araújo

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Derradeira Destruição do Crepúsculo

Anunciação do Perdão
A um impecável Vilão
Em crimes cheios de explicação

Sinto brisas frias
Das ruínas do Eclipse
Que tu e eu desmoronamos
Para cessar a nossa estupidez

E perante esta mente
Eu caminho perante gelos desérticos
Que esta maldita sereia me cantou
Maldita sereia que me seduziu
Seduziu através de chorosos e tímidos uivos

Cai do crepúsculo abaixo
Bati a pique com minha cabeça
Acordei para a nudez
E agora vejo peixes putrefactos

Acentuaste o meu demónio
Que quer romper as minhas peles
E ingerir humanos
Descascá-los com seus maxilares

Há que superar, há que superar
O crepúsculo que eu ao longe avisto
E que dói na alma
Enquanto eu me encontro no Inverno
No gelo oco do estável da vida

E agora iremos os dois
Subir uma montanha congelada e oculta
Lutaremos até à morte
Como dois guerreiros de ego raivoso

Vagueamos em ventos da morte
Tentamos eclipsar sentimentos estúpidos
E revelar-te-ei
O quanto venenosa é a tua beleza

Sobre glaciares gelados
A nossa dança de suores é travada
E meu amor morrerá de vez
E tu morrerás em minha mente

Sacrifico-te para honrar o negro
Negro negrume de minha alma
Os veludos da sanidade
Que pairam em sangues cerebrais

Tiago Araújo

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Abismos Proibidos

Já nem sei
Que abismo é merecedor
Merecedor dos meus passos

Estes abismos não cessam
Sucedem e perseguem-se
Como espectros poderosos

Quando é que meus passos
Irão subir o torreão de um castelo
Um castelo construído sobre crepúsculos
Crepúsculos de sons harmónicos

Cada vez temo mais
As facadas da ausência
Ausência da correspondência
Não há beijo que me salve

Uma rosa do crepúsculo
De amores aleatórios
Cresceu e cresceu
Acabando desgraçadamente
Banhada numa maresia de esqueletos

Ó Lobo que uivas
Criaturas resguardadas e chorosas
Perdoem este ninho do nada
Do nada que nada pariu
Nem fruto saudável fez germinar

Madeiras velhas de secretárias
Sobre as torres da minha mente
Abro as fechaduras douradas
Para visionar aquele caos ambiental
Papéis dispersos e alegóricos
O dilúvio de gavetas

Minha alma incendia-se
Em chamas e símbolos de coragem
Carnes de minha mão querem arrumar
Caos de minhas gavetas
Um arrumar calmo de pensamentos
Arrumando um trilho de lágrimas

O terraço dos sonhos
Repleto de rosas mastigadas
Um mundo proibido que rejeita meu passo
Estarei eu, destinado
A engolir crânios a minha vida inteira?

Tiago Araújo

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

A Gata das Trevas

Sobre chuvas espontâneas
Águas deprimidas
Gelos e Lumes
Eu avistei

Lá estava, mas que criatura!
Olhos satanicamente divididos
Por abismos simétricos
Mas que frieza!

Mas que metáfora vem a ser esta?
Esta emoção de amor e morte
Estes pólos extremistas
Ai, que assombro

Camuflagem das Trevas
Negro do Azar
Olhares de má fortuna
Terror nas Ramificações
De minha alma

Mas que Ultra Romantismo tem sido este ultimamente? - Questiono-me.

domingo, 19 de outubro de 2008

A Armadura de um Sexto Sonho

Minha boca
ensaguentada estava ela
Alegorias mutilantes
Venenos segregantes

Mantos rastejantes
De pedras renegadas
Rastejava eu neles
Sem acreditar em reflexos

Verde brilhantina armadura
Descendência de um arcanjo
De onde vens tu?
Quais são tuas preces?

Ousaste em exprimir brilhos
Sobre minhas retinas
Ergueste forças enquanto levantavas asas
Saboreamos o nosso sangue
Beijos da imaginação incorrespondida
Sobre a Lua esfomeada
Perdão surreal este e eu
Não me atrevi sequer
A revelar tabus!

O Sétimo Sonho

Este foi mais um sonho
Para esta vasta colectânea
Que enche lentamente
Dilúvios de minha alma

Estávamos os dois
Dois felinos enroscados
Inocentes Inconscientes
Anarquias de nossas mentes

Abraços surreais
Naquela caixa de cartão
Vivências de um ninho de anjos

Mas entretanto o despertar
Senti suaves gotas de tinta
Sobre minhas testas
Escreviam lentamente
Letras cruas do mecanicismo...
Real!

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Abandonando o Crepúsculo

Vou abandonar este nicho de mistérios
Este nevoeiro mental
Me tem dificultado pensamentos
Tapando as vistas em cegueira

Este Crepúsculo vindo do nada
De onde vieste tu? Diz-me?
Este crepúsculo que me agarra
Agarra em âncoras autónomas

Crepúsculo este
Quantas vezes eu repousei nele
Em sonos impossiveis
E sonhos sintéticos
Dos momentos do Nunca

Vou abandoná-lo
E procurar outros nichos
Que sejam dignos de consolação
Ser guerreiro novamente!