Viagens tão quotidianas que nós simplesmente subestimamos por muita ignorância nossa. Viajar é um abrir de horizontes, embarcamos noutra dimensão e território distinto. Toda a viagem depende de nós, pois todas elas encaixam no nosso inconsciente de cada um, os locais que invadimos, simplesmente desvalorizamos e apelidamos de localidades.
Este local, São Bento, é uma autêntica plataforma destinada a albergar manadas humanas cada uma com seu rumo e destino individual.
Uma viagem traz mudança, uma representação da nossa metamorfose quer interior, quer exterior.
Depois desafiamos a sobriedade e assombro do ambiente daquela sala de espera. O cheiro a velho que afoga os nossos olfactos, os azulejos e bancos tétricos que rodeiam aquele local.
O acto de esperar consiste num sinónimo de isolamento indirecto, um silenciar da nossa mente que podemos afogar nas letras minuciosas de um jornal. Um silêncio de morte que nos isola daquele exterior viajante, será este isolamento uma alegoria da viagem em si.
Mas eis o local onde tudo começa. Os pés que assentam com astúcia naquele solo à espera de um destino a marcar por eles. Túneis que indicam o infinito, a apoteose do destino sem principio, meio e fim. O saborear de um arranque de comboio, significado de um traçar das nossas atitudes, filosofias de vida e mentalidades suavizadas.
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